Teve um período –
recente! – que meu filho não queria comer nada. Estava super seletivo na hora
das principais refeições e estava dominando a casa na questão de cardápio e
horário. Até que na consulta rotineira com o pediatra, tomei um puxão de
orelhas: “ele não come porque você substitui a refeição dele!”
Realmente, ele não
queria comer arroz e feijão, eu dava uma banana ou outra fruta pra ele não
passar fome. O pediatra então indicou que o menino deveria, obrigatoriamente,
ficar 30 minutos de frente ao prato de comida dele, logicamente sem nenhuma
outra distração e que se não comesse, era para oferecer a fruta depois de 1h30
para ele entender que não era uma substituição. A comida que sobrou no prato,
era pra jogar no lixo na frente dele, fazendo um certo drama.
Ok! No primeiro dia,
montei o prato de comida com os ingredientes todos separados pra ver se se interessava
por algo. Só chorou! Esperneou, jogou comida no chão, colher. Fiquei até preocupada
que a vizinhança pudesse chamar o Conselho Tutelar. Passados os 30 minutos –
cronometrados! – desci a criança do cadeirão e levei até a boca do lixo, junto
com o prato pra jogar a comida fora. Abri a tampa e fingi que estava chorando.
Fiz drama, falando que tinha criança na rua que não tinha a mesma oportunidade
do que ele.. enfim! Segui a regra do médico.
O pentelho olhou pra
mim com o ar de “venci!” e disse: “tchau comida!”. Virou as costas e foi
brincar, o que queria ter feito desde o começo. No outro dia foi a mesma coisa.
E no outro, no outro, no outro, durante exatos 7 dias.
Já estava sem paciência
de ouvir aquela choração na cabeça bem na hora do meu almocinho sagrado, que espero
ansiosamente com uma anaconda faminta dentro da minha barriga. No oitavo dia fiz tudo
de novo, dentro da rotina e para minha surpresa ele sentou e comeu! Os anjos
desceram naquele momento sobre a mesa e tocaram as trombetas: “Aleluuuia,
aleluuia!” Almoçamos em paz, como em propaganda de margarina.
Missão cumprida! Dei
parabéns, disse que estava orgulhosa, que ele já era um menino grandão. O
restinho da comida que sobrou no prato dele, joguei no lixo, sem levar ele
comigo ou fazer qualquer tipo de drama, mas ele percebeu. Saiu correndo em
direção ao latão igual um cão enfurecido, abriu a tampa e começou a chorar,
querendo pegar a comida de volta! Kkkk! Santo pediatra!
Hoje ele come
bonitinho. Senta na mesa com a gente, come sozinho e na hora que acaba ela
fala: “descer!”.
Por que contei essa
história toda? Porque depois que meu filho começou a comer, quem começou a
engordar fui eu! Kkkkkk...
Saladinha completa pro jantar! |
Estava intrigada com
aquilo e comecei a anotar meu diário alimentar. TUDO que eu comia durante o dia
e os horários. Descobri onde estava o erro: no jantar! Como antes ele não
aceitava nada, se baseava em frutas e mamadeira antes de pegar no sono, eu
embarcava na onda junto com uma saladinha. Agora que ele quer comer, preciso
preparar comida! Canja de galinha, macarrãozinho com legumes, blablabla...
Olhando aquele
pratinho bonito, apetitoso, comecei a raspar a sobrinha ou até mesmo fazer um
pouco a mais pra mim. Bingo! É assim que se engorda! Lembrei na hora da
Katiussia Siqueira, nutricionista que me acompanhou durante a gravidez e o meu
filho nos primeiros 6 meses de introdução alimentar: “você não é aspirador de
pó do seu filho! Sobrou, não come!”
Tá certo! Como quero
ser uma It Mom, voltei pra MINHA rotina antiga de comer salada com carboidrato
simples no jantar e passei a integrar um período da noite para fazer a comida
do filhote. Mesmo com muita vontade de atacar aquela comida eu resisto. E sem
dramas!
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